Click
Uma imagem nítida suspensa durante alguns milésimos de segundo na retina e para sempre num canto recôndito do córtex. Os pormenores vão perdendo importância tirando aquele, o que deteve a nossa atenção, que fazemos por guardar mais nítido que nunca.
Uma ideia péssima transforma-se na melhor do mundo para segundos depois, passado o instante, aterrar com toda a força na dura realidade. As recordações deixam de ser embaraçosas, conseguimos até esboçar um sorriso quando nos lembramos do momento.
Um som transporta-nos para aquele lugar, o final do dia de um verão perfeito. Mesmo nos dias mais frios, o corpo aquece através da ilusão de que podemos reviver, vezes infinitas, aqueles segundos.
Uma extensão considerável de tempo passa num ápice. O resto do mundo parece um cenário estático, um ruído de fundo ignorável, num daqueles raros estados de empatia.
Uma pequena luz acende-se, a antecipação, por si só, produz um impulso.
Um movimento em falso que se opõe ao equilíbrio natural, uma coreografia improvisada. A fragilidade é dissimulada, quase imperceptível ou transporta consigo consequências, não há margem para a dúvida.
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