Thursday, November 29, 2007

Entre-linhas



Cromossoma XX não conhece o Cromossoma XY.
Forças das circunstâncias põem XX em contacto com XY via email.
Depois de tratadas as circunstâncias XY continua a mandar emails a XX.
Conclusões dos cromossomas XX:

enviar 2 emails sem 1 meu pelo meio é dar muito flanco
(AMATEUR)
ainda por cima sabemos que vives com uma gaja
(CABRÃO)
ainda por cima não sabemos se és giro, só magro
(TIMEWASTER)

Adoro mulheres inteligentes, adoro-as ainda mais quando são minhas amigas!

Tuesday, November 27, 2007

Mensagens subliminares



A sala está estranhamente vazia para a hora em questão.
Numa terça-feira normal, alguém está, submerso em processos, a trabalhar na mesa grande, o Sr M. vem tirar um café, o telefone não pára de tocar o que implica que um de nós, tirado à sorte, vai ter que o atender... mas hoje, não.
Tenho aquele espaço todo para mim e limito-me a ocupar um dos cantos, o computador mais perto da janela.
No meio de todo o junkmail, que irá directo para o lixo virtual, abro um sem saber bem porquê, e em vez de um link para um site pornográfico, uma proposta de negócio milionário no Burkina, ou Viagra a uma fracção do preço está pura e simplesmente a frase:

THIS IS WHERE YOU NEED TO BE.

sem links, sem anúncios, sem imagens, sem preços.
Não preciso de me isolar do barulho da sala porque não o há mas depois de uns longos segundos a olhar para o ecrã com aquela frase, preciso de me isolar. Tiro o iPod, mal carrego no play, numa música, que ficou suspensa desde a última vez que o usei, ouço:
" Just close your eyes until you can imagine this place, our secret space of well ".
Botão PAUSE!

Friday, November 23, 2007

Sinc


Quando as diacronias do dia se transformam numa sincronia nocturna, quando os picos de inflexão se tocam num instante, o mundo pára... para nós.

Obrigado a:
Homónima
Actriz
Hermana

Tuesday, November 20, 2007

The Space Between



O regresso à base nem sempre é fácil, restos de um jet-lag emocional que se agrava com a perspectiva de uma semana de trabalho...

Now that I've seen you
Stripped to the very core
I know that I need you
Less than I did before

Never so sure
We always take more
We still don't know what it's for
The Space Between • Zero 7

Sunday, November 18, 2007

Uppers



acordar tarde
Prémios Palhaço de Ouro (tipo Princesas do Mónaco)
Starbucks diz que é almoço
maratona de sinais estúpidos
mojitos às 6h da tarde
croquetas de chocolate
saltos Olímpicos em colchões abandonados
jantar picante do costume
recolha de cartazes
combate ao Cartel Indiano
cama com 4 que não se calam

Saturday, November 17, 2007

Magusto Tuga


"É com certeza uma casa portuguesa..."

Mal chego ao aeroporto dou de caras com a Cláudia e a sua pequena mala cor-de-rosa, Cláudia da avó Raça, Cláudia dos decibéis, Cláudia que é os olhos da madrinha, logo o Dr. Tiaguinho e a Leonor XXX, olhando em volta metade dos passageiros são caras familiares, todos viajamos na mesma direcção.
A Gemela da ASAE espera-nos do outro lado das barreiras, querendo confiscar todos os bens trazidos de Portugal, as castanhas, as bolas de berlim, os lanches da Ribeiro, os bombons da Arcádia...

Às 17h, quando começam os preparativos, dou por mim a reconhecer alguém que fazia parte das minhas memórias e amizades de há 15 anos atrás (!!).
O corpo de intervenção Magusto Tuga 07 é constituído por mim, pela Gémea Falsa do Costume (ou do Customs), pela sister C., Pedrinho da Porta ao Lado, CR d'Os Velhos Tempos e Cati Taporelhas.
Distribuem-se pratos com chouriço, queijo da Serra, tremoços, amendoins, bola, lanches, cortam-se as castanhas e o pão, chegam as alheiras, o vinho, a jeropiga, o Sumol e as Sagres (contra a minha vontade, já que a Superbock está-me no coração), sentem-se os cheiros de Portugal e ouvem-se os primeiros acordes de uma música qualquer do Quim Barreiros, enviada especialmente pelo Kito da Rute que faz dançar o mais tímido dos convidados.
O pátio está cheio de gente, as línguas misturam-se predominando sempre aquela que é a nossa. Até o hino entoado pela Selecção, que se preparava para jogar contra o Cazaquistão, fez vibrar muito boa gente, que sem se conter, juntou a sua voz à Portuguesa.
O final da festa no Pátio não quis dizer final de festa, houve ainda um after hours VIP na casa mais próxima, onde ainda se bebeu, entre outras coisas, Sumol, transportado com carinho e via carrinho de supermercado, pela L., Hilarious e o resto da comitiva.

Monday, November 12, 2007

CIA-MAD



6.00h

Desta vez não há nenhuma festa que nos acorda, o rebuliço das malas, da água que passa nos canos, os passos pesados de sono são suficientes.

Dizemos adeus à Freaky Fontana, apanhamos o comboio para o centro da cidade, não antes de nos enganarmos e conhecermos por fora os subúrbios escuros e degradados, atiramos as maletas para um cacifo gigante na estação de Termini e seguimos de metro até à Piazza di Spagna, e aquela praça que vemos na televisão, aquela praça monumental por onde descem modelos envergando vestidos de sonho, é na realidade uma ilusão óptica, até a nossa Praça da Batalha tem mais imponência... Nem tudo está perdido, há uma pequena confeitaria aberta com imensas coisas apetitosas a chamarem pelo nosso nome.

De barriga cheia tentamos vários planos para furar a fila de 2 horas e muitos metros da Capela Sistina (ou Sinistra como mais tarde ficou conhecida), mas a única coisa que conseguimos foram olhares suspeitos, palavras duras e o atropelamento da Gemela da Nutella por uma assessina montada numa acelera.

Voltamos ao Coliseu para a visita da praxe pelo seu interior, gastamos as últimas fotografias que nos restavam mas ainda tive q arrastar a da Nutella pelo braço que só dizia "Fotos em movimento!!!"
Por pouco perdíamos o vôo de volta a Madrid...


A Neo já está mais que vista e revista, estou no meu segundo Cappucino Macciato Cremolato e mais não sei quantos Atos Tall que bebo enquanto espero que a Americana-Sem-Vida-Própria liberte a minha twinnie para irmos buscar umas belas pastas madrileñas, tomar um banho muito merecido e dormir...

Sunday, November 11, 2007

ROMAMOR



6.40h da manhã (sim da manhã)

Transladação dos corpos para o quarto-do-cotão-com-olhos para que as festividades luso-italiano-brasileiras pudessem continuar.

11h

Após as aventuras da noite/dia anterior o dia não começou tão cedo como queríamos mas o tour da noite fez com que a cidade de dia parecesse quase familiar, ainda havia coisas para ver, ruas estreitas para nos perdermos, pasta medicinal Couto para encontrarmos.

Chegadas, de novo, ao Vaticano, juntamo-nos ao mar de gente que quase em silêncio se dirigia para dentro da catedral, uma viagem relativamente rápida de elevador estávamos no interior da cúpula encantadas pelos milhões de pequenos quadrados que compunham o gigante mosaico, centenas de degraus depois, o exterior da cúpula que era tanto ou mais impressionante que o seu interior. A vista, essa era simplesmente de cair para o lado e não fosse alguém levar à letra a expressão, havia redes e protecções electrificadas por todos os recantos.

Em direcção ao Coliseu, o dia ficou pesado, a noite caíra sem darmos por ela e as nuvens carregadas só escureciam mais a cidade, como se estivesse à espera que saíssemos de um sítio abrigado, a chuva caiu impiedosa e depois de bastante ponderação decidimo-nos por um guarda chuva horrorosamente pink comprado por 5 euros a um indiano "prevenido". Uma volta inteira ao Coliseu e umas boas centenas de fotografias depois, a chuva que tinha abrandado voltou com toda a força, obrigando-nos a procurar refugio na exposição do Paul Klee ou melhor, na casa de banho da exposição do Paul Klee. Envoltas em branco azulejo e deixando marcas de água e lama por onde passamos, cometemos crimes anti-ecológicos gastando toneladas de papel para retirar uma ínfima parte da humidade que nos cobria.

Um jantar bastante ranhoso tendo em conta o nível a que nos habituamos, servido por um jovem loiro com pronúncia de leste, e começou a busca pela pizza de nutella que se transformou na paragem para um crepe de nutella feito à pressão e um gelado de iogurte de congelar os dedos.

Recolhemos à base, o dia seguinte ia começar bastante cedo, tínhamos que abandonar Roma e a casa, já que as chaves viajavam para Bucareste às 8h da manhã, é o que dá trabalhar e viver em países diferentes... (???!!)

Saturday, November 10, 2007

OPO-MAD-CIA


© Gemela da Nutella

Ciampino parece mais uma má central de camionetas do que um aeroporto internacional, um verdadeiro banho de água fria quando a há menos de 2h estava no gigante que é Barajas.
Sem pensar duas vezes gritamos: -Tááááxi!
Mesmo em frente à Freaky Fontana, a minha mala tem um colapso e resolve só abrir com uma pancada forte nos fechos (descobri isto com o taxista à espera, 5 minutos depois de ter tentado tudo, incluindo um "Abre-te Sésamo" dito para mim própria...).
Pousadas as malas, está na hora de descobrir a cidade!

Tram - Trastevere
Deixamos a Freaky Fontana entregue a ela própria e à névoa que começava a descer. À medida que nos aproximávamos do centro a actividade na rua aumentava, mais pessoas, mais barulho, mais emoção. Mal o tram parou na estação-mais-ou-menos certa, seguimos o trilho das pessoas formigas até ao interior, onde as Vias passavam a Vicolos os automóveis davam lugar às "aceleras" e aos Smartichas.
A fome apertou, o cheiro de massa a cozinhar sentia-se por todo lado, agarramos o primi sítio que vendia pizza al taglio e ali foram duas fatias gigantes... para cada uma! Ainda não satisfeitas partimos à descoberta da La Lucia, uma recomendação, que nos fez conhecer Trastevere como se fosse o nosso próprio bairro.
O restaurante, pequeno, estava a abarrotar e um velhinho, provavelmente o sr Lucia, entrava e saía da sala sem fazer ou trazer nada, berrando de vez em quando "- Il taxi è arrivato!!" para os casais que se preparavam para ir embora... Fomos avisadas que o penne era picante, mas isso não nos impediu de acharmos que não seria assim tão picante, obviamente estávamos enganadas e as lágrimas invadiram os olhos a cada garfada deliciosa.

A pé - Via della Lungara

Sem saber muito bem como, andamos, o que nos pareceu, alguns minutos até estar fora do bairro e junto ao fio de água, que alguém resolveu chamar rio. Depois de instruídas, por dois jovens padres, da segurança e pequena distância a que estávamos da cidade do Vaticano resolvemos continuar o nosso passeio nocturno, com paragens para verdadeiras sessões fotográficas conhecidas por "Pára, pára! Olha aquilo!!!" e "Gemelas shot!".
Esperava algo mais monumental da Piazza San Pietro, esperava um círculo absolutamente gigante, esperava vê-la e recuar de espanto, esperava sentir-me pequena. É de facto grande e tem a sua espectacularidade mas...
O que de facto não esperávamos, era ver carros da polícia dentro (sim dentro!) da Piazza a expulsar todos os turistas que ousassem saltar as pequenas barreiras, que separavam a rua da praça propriamente dita. Uns vão beber uns copos, outros vão saltar barreiras...

A pé - Ponte Vitorrio Emmanuele II

A noite ainda era uma criança e a maior parte das diversões estavam do outro lado.
Parámos a meio da ponte para cumprimentar os leões (sem quaisquer referências futebolísticas), parámos para fotografar sinais luminosos (e quase passei por uma butt grabbing experience...), parámos para perder a cabeça numa loja de relíquias (sem poder comprar nada), parámos para tentar levantar dinheiro para 20ª vez (só nos restavam 3 euros e uns trocos).
Seguimos em direcção à Piazza Navona, que infelizmente está em fase de restauro, enquanto consultava o mapa e a Nutella tirava 50 das 600 fotos, 2 italianos tentavam ser "prestáveis" à medida que insistiam para que nos juntássemos a eles para uma bebida, tanto eu como a Gemela temos uma regra de não aceitar convites de 2 perfeitos estranhos, tendo um deles o riso mais cavalar/sinistro que já ouvi até hoje, portanto continuamos sozinhas em busca de verdadeiros monumentos...
Os lados da Freaky Fontana continuavam enevoados pelo que decidimos prosseguir em direcção ao Panteon, não sei se foi da luz ou do céu carregado mas foi um dos monumentos que mais me encantou, um edifício fabulosamente simples, aconchegado entre as ruas estreitas.
Escolhemos mais uns Vicolos e sem sabermos bem como, ouvimos o som distinto de água, muita água... e ao chegarmos ao fim do beco lá estava ela.
Imponente, mágica, envolta no laranja das luzes, o cinza escuro da praça e o azul claro da água, alguns turistas mais noctívagos, como nós, tiravam fotografias enquanto juntavam os seus desejos aos imensos que lá estavam imersos, também nós ficamos em adoração à Fontana de Trevi até a fome e o frio nos obrigar a recuar. Com os últimos euros que restavam a da Nutella comprou o kit Nutella-Salva-Vidas-Duro-Do-Frio que foi desaparecendo à medida que íamos ao encontro da Fontana de La Chiavi e encontrávamos o multibanco do desespero!

Táxi - para casa

Monday, November 05, 2007

F#@$k!


Passei o fim de semana todo de saltos e mal ponho os pés na rua de sapatilhas torço o tornozelo...

Sunday, November 04, 2007

Casamento Cigano



No dia 19 de Outubro começaram as festividades, a noiva estava em Madrid, o noivo em Las Vegas...
16 dias e muitas festas intermédias depois chega a véspera do grande dia, uma viagem de comboio até à capital, um almoço pizztoresco e a chega a hora (bem em cima, achávamos nós) de embarcar para sul. Muitas cantorias e um transbordo depois, chegamos até à noiva que nos recebe de casaco grosso e flip-flops empurrando-nos todos para o Teodósio, ponto de paragem obrigatório para um bom apreciador de frango no churrasco. Para mim? Simplesmente delicioso!
De barriga cheia, ainda tentamos dar uma volta mas o frango e a viagem pesava-nos no corpo e a cama com vista para o mar era bem mais apetecível que a brisa fria e um espaço confinado e barulhento.

Se há coisa que gosto, quando fico num hotel, é do pequeno almoço, não como nada por aí além, mas sabe-me bem ter a fruta descascada, torradas, pão variado, compotas, tudo à mão de semear.
Arrastei a gemela até à sala onde uma parte da comitiva já se encontrava a apreciar todos aqueles os petiscos.

Ainda tínhamos algum tempo para gastar antes do grande evento e, enquanto umas iam ser pintadas pelo Dali outros aproveitaram o calor para meter os pés no mar. Depois deste revitalizing corremos para o quarto com vista afim de nos aprontarmos, afinal já não tínhamos assim tanto tempo...

A cerimónia, correu com alguma normalidade se bem a rapariga da squeaky voice não parou um segundo e uma voz de criança gritava Pai! cada vez que havia um momento de silêncio, finalmente chegou a parte que todos esperavam... a festa cigana!

Servidos os aperitivos, metade dos convidados já estava bem aquecido, se bem que alguns ainda trocaram de meias e de écharpes... A minha mesa, a mais internacional de todas, contou com representantes de Espanha, entre eles, Javier Bardém que me confundiu com a Sharapova (podia ser pior), Egipto, Caxemira, Inglaterra, Alemanha, e Estados Unidos. Aguentamos firmes durante a refeição mas quando chegou a sobremesa já tínhamos reunido o clã numa mesa alheia, para prepararmos a entrada do baile.

Entre charutos, convites para trabalhar na EDP, digestivos, strip ao noivo e muita música fornecida por um dos Kitos, conseguimos ser expulsos do local às 4h da madrugada. O povo que restou ainda tentou abrir o livro no 5º capítulo mas a biblioteca estava a fechar.

4 resistentes vestidos a rigor, entraram para a sala de pequenos-almoços e aterraram 1 hora mais tarde nos sofás do lobby, surpreendendo o resto dos hóspedes madrugadores.
Adormeci por uns minutos, ao som das conversas em vozes arrastadas, e quando o frio da falta de sono falou mais alto, entrei em modo automático em direcção à cama que há muito esperava por mim.