Em só nia
"Joy Luck Club" Massive Attack
A televisão está num canal que há muito acabou a emissão, a luz enviada pela estática é azul e difusa, tudo o resto está imerso na escuridão. O silêncio que passa por baixo da porta é interrompido, de vez em quando, por um som agudo de uma travagem repentina. Estou tão absorvida pela não-imagem que nem me dou ao trabalho de perceber o que se passa lá fora.
A música está em repeat há pelo menos 40 minutos, assim como o movimento que acende mais um cigarro e que enche a sala, por uns segundos, de uma luz tão intensa que me obriga a semicerrar os olhos, mas isso não chega.
As imagens sucedem-se entre as pequenas pintas cinzentas e brancas, histórias que conto a mim própria, que me deixam suspensa porque os minutos aceleram, quando imagino o dia que se adivinha, porque os minutos se demoram, quando sinto o corpo a perder forças, porque o sono não vem.
4 comments:
De vez em quando chego a um ponto em que desisto e penso "Vou ficar aqui a olhar para o tecto". Normalmente adormeço logo a seguir.
Se mantiveres a música como pano de fundo e trocares a televisão e o tabaco pelas linhas de um livro iluminadas por um candeeiro de cabeceira, terás a minha noite de ontem, depois de ter chegado de uma noite de trabalho que durou e durou e durou...
Beijos.
Contam-se pelos dedos as minhas Em Só Nias (ou Em Sónias?) Eu, confesso, conto carneiros. Acho que fui influenciada pelo livro da mafalda que alguém me deu quando eu comecei a ler. Há uma tira em que um dos carneiros fica parado em cima da cerca. É um dilema com que me deparo às vezes... Normalmente empurro-o.
Psicologia invertida não resulta comigo!
Tirar o tabaco?? Never! Quanto a trocar a televisão por livro, estou à espera de um e tal ;)
Em Sónia? Credo!
Os carneiros fugiram todos no verão passado, devem estar contigo :)
Não conhecia a modalidade de empurrar carneiros, agora vacas é outra história.
Cow tipping lembra-te alguma coisa?
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