Ao Sul
Estou a viajar de costas, o iPod morreu antes de entrar no comboio, mal consigo pegar no livro que trouxe comigo, quanto mais escrever, isto não passam de gatafunhos que vou ter que decifrar mais tarde, não me lembro de usar tantas abreviaturas em tão poucas linhas, confio em parte na minha memória para me poupar ao sofrimento, o facto de não ter ninguém ao meu lado deixa-me adoptar uma posição pouco correcta para as costas mas é sem dúvida uma melhoria.
Quinta-feira:
A viagem correu exactamente como esperava, sem trânsito, sem sobressaltos, música aos berros, janela entreaberta para sentir o cheiro de um verão quase pleno, os últimos momentos guiados pela voz do HBGPS que até me diz onde tenho lugar para estacionar.
Finalmente em casa da Tuxa, desfaço parte da mala e saímos para jantar, escolheu-se um restaurante à beira rio, a ementa era tão apetitosa que chegou haver momentos críticos de indecisão! Não houve margueritas depois do jantar já que todos, menos eu (!) tinham trabalho logo pela manhã.
Sexta-feira:
Alvorada!
Alguém tinha que dar aulas, alguém tinha uma reunião, alguém não tinha nada para fazer a não ser laurear a pevide mas a empregada gosta de arrumar em paz, todos fora da porta antes das 10h!
Estava acordada e bem disposta, resolvi acordar pai do Geko que infelizmente já estava acordado, tomei o pequeno-almoço acompanhada pelo Douglas, numa esplanada a meio da colina com vista para o rio enquanto esperava a boleia para abraçar o meu sobrinho.
Geko dormitava mas despertou logo quando sentiu brincadeira por perto, pusemos a conversa em dia, enquanto "a cocker" (desculpa mas não podia deixar passar esta) redecorava a casa.
A. chegou do trabalho e como há pessoas que têm horários a cumprir fomos a uma esplanada beber caipirinhas e comer picanha, a Rúcula chegou quase em cima da hora e num ápice estávamos em frente a 2 homens armados até aos dentes com cara de muito poucos e selectos amigos, como hoje não era dia de informações, o tio Sam não me deixou entrar. O calor apertava e ficar dentro do coche, mesmo com o AC ligado não era uma opção, meti conversa com o velho jardineiro do condomínio que simpaticamente me molhou os pés (mais uma partida do meu karma geriátrico?!).
Esplanada, esplanada, sumo de ananás, esplanada, cerveja, esplanada, casa para trocar de roupa, esplanada, Armazém F (F de...?), picanha (sim, again! mas desta vez com o J e a M, a S+1 e a I ), salsa...
Os velhos recolheram ao lar para adormecer enquanto vêm mais um episódio repetido do Dr. Casinha, nós subimos até ao Bairro, estranhamente vazio, para um digestivo.
Sábado
O dia quente prometia uma praia fantástica, mas ao chegar ao Guincho, passando por um carro atolado na areia e praias vazias, dava para perceber que o vento não estava para brincadeiras juntamo-nos ao resto do povo em Carcavelos mas mesmo assim ao fim de 20 minutos deu para perceber que se não movimentássemos a toalha de vez em quando corríamos o risco de fazer parte de uma expedição arqueológica. Banho fustigado com sistema "tumble dry" e um lanchezinho (- Ora saem 2 hamburguers com queijo e 2 sumos de fruta naturais!) na esplanada mais próxima.
Jantar com companhia excepcional (por ordem alfabética) Actriz, eu, homónima, H., Jaqueta e Pitz. Copos no sítio do costume, com muitos freaks e encontros com gentes do norte até dizer "Parem tudo! Estamos no Bairro ou na Ribeira?!"
Domingo
Turística esgotada, a mal encarada da funcionária da CP, vende-me um bilhete de 1ª classe que para além de me ter custado 39 euros vou ter que ir de costas...
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