Thursday, January 25, 2007

João



João sempre soube que não era igual aos outros da sua idade, o seu pensamento era avassalado por milhões de ideias, que surgidas ao mesmo tempo, ficavam presas debaixo da língua e mais tarde atafulhavam os cadernos da escola, palavras e letras que teimavam em saltar de lugar e baralhar as coisas para que só ele percebesse. Não era por maldade nem por distração, joão raramente se distraía e maldade não constava no seu dicionário.

Eles riram-se, automaticamente a sua cabeça desceu, envergonhada, o olhar ficou brilhante, veio o aperto na barriga e o coração acelerou. Manteve-se no mesmo sítio, sorriu e perdoou-os quase no mesmo segundo, mas ficou magoado, sentiu o sabor amargo da injustiça e logo ele que sempre fazia tudo para que os outros não a provassem.

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