© Gemela da Nutella
Ciampino parece mais uma má central de camionetas do que um aeroporto internacional, um verdadeiro banho de água fria quando a há menos de 2h estava no gigante que é Barajas.
Sem pensar duas vezes gritamos: -Tááááxi!
Mesmo em frente à Freaky Fontana, a minha mala tem um colapso e resolve só abrir com uma pancada forte nos fechos (descobri isto com o taxista à espera, 5 minutos depois de ter tentado tudo, incluindo um "Abre-te Sésamo" dito para mim própria...).
Pousadas as malas, está na hora de descobrir a cidade!
Tram - Trastevere
Deixamos a Freaky Fontana entregue a ela própria e à névoa que começava a descer. À medida que nos aproximávamos do centro a actividade na rua aumentava, mais pessoas, mais barulho, mais emoção. Mal o tram parou na estação-mais-ou-menos certa, seguimos o trilho das pessoas formigas até ao interior, onde as Vias passavam a Vicolos os automóveis davam lugar às "aceleras" e aos Smartichas.
A fome apertou, o cheiro de massa a cozinhar sentia-se por todo lado, agarramos o primi sítio que vendia pizza al taglio e ali foram duas fatias gigantes... para cada uma! Ainda não satisfeitas partimos à descoberta da La Lucia, uma recomendação, que nos fez conhecer Trastevere como se fosse o nosso próprio bairro.
O restaurante, pequeno, estava a abarrotar e um velhinho, provavelmente o sr Lucia, entrava e saía da sala sem fazer ou trazer nada, berrando de vez em quando "- Il taxi è arrivato!!" para os casais que se preparavam para ir embora... Fomos avisadas que o penne era picante, mas isso não nos impediu de acharmos que não seria assim tão picante, obviamente estávamos enganadas e as lágrimas invadiram os olhos a cada garfada deliciosa.
A pé - Via della Lungara
Sem saber muito bem como, andamos, o que nos pareceu, alguns minutos até estar fora do bairro e junto ao fio de água, que alguém resolveu chamar rio. Depois de instruídas, por dois jovens padres, da segurança e pequena distância a que estávamos da cidade do Vaticano resolvemos continuar o nosso passeio nocturno, com paragens para verdadeiras sessões fotográficas conhecidas por "Pára, pára! Olha aquilo!!!" e "Gemelas shot!".
Esperava algo mais monumental da Piazza San Pietro, esperava um círculo absolutamente gigante, esperava vê-la e recuar de espanto, esperava sentir-me pequena. É de facto grande e tem a sua espectacularidade mas...
O que de facto não esperávamos, era ver carros da polícia dentro (sim dentro!) da Piazza a expulsar todos os turistas que ousassem saltar as pequenas barreiras, que separavam a rua da praça propriamente dita. Uns vão beber uns copos, outros vão saltar barreiras...
A pé - Ponte Vitorrio Emmanuele II
A noite ainda era uma criança e a maior parte das diversões estavam do outro lado.
Parámos a meio da ponte para cumprimentar os leões (sem quaisquer referências futebolísticas), parámos para fotografar sinais luminosos (e quase passei por uma butt grabbing experience...), parámos para perder a cabeça numa loja de relíquias (sem poder comprar nada), parámos para tentar levantar dinheiro para 20ª vez (só nos restavam 3 euros e uns trocos).
Seguimos em direcção à Piazza Navona, que infelizmente está em fase de restauro, enquanto consultava o mapa e a Nutella tirava 50 das 600 fotos, 2 italianos tentavam ser "prestáveis" à medida que insistiam para que nos juntássemos a eles para uma bebida, tanto eu como a Gemela temos uma regra de não aceitar convites de 2 perfeitos estranhos, tendo um deles o riso mais cavalar/sinistro que já ouvi até hoje, portanto continuamos sozinhas em busca de verdadeiros monumentos...
Os lados da Freaky Fontana continuavam enevoados pelo que decidimos prosseguir em direcção ao Panteon, não sei se foi da luz ou do céu carregado mas foi um dos monumentos que mais me encantou, um edifício fabulosamente simples, aconchegado entre as ruas estreitas.
Escolhemos mais uns Vicolos e sem sabermos bem como, ouvimos o som distinto de água, muita água... e ao chegarmos ao fim do beco lá estava ela.
Imponente, mágica, envolta no laranja das luzes, o cinza escuro da praça e o azul claro da água, alguns turistas mais noctívagos, como nós, tiravam fotografias enquanto juntavam os seus desejos aos imensos que lá estavam imersos, também nós ficamos em adoração à Fontana de Trevi até a fome e o frio nos obrigar a recuar. Com os últimos euros que restavam a da Nutella comprou o kit Nutella-Salva-Vidas-Duro-Do-Frio que foi desaparecendo à medida que íamos ao encontro da Fontana de La Chiavi e encontrávamos o multibanco do desespero!
Táxi - para casa