Tuesday, February 20, 2007

Três mundos


© M.C. Escher
(clica para aumentar)


Mundo dos vegetais

Dois vegetais levantam-se tarde e a más horas, do Futon-ainda-menos-anatómino (regra dos 3 dias), combinaram encontrarem-se para almoçar com uma pata, mas como estas coisas da limpeza dos vegetais demora o seu tempo, (entenda-se que nem Amokina havia em casa) chegaram coisa de uma hora atrasados. A pata já estava a arrancar penas, mas tudo se resolveu a bem.

Mundo dos animais

A pata e os dois vegetais resolveram incluir um programa cultural neste dia.
Mal entram no metro dão de caras com uma lontra de barbatanas abertas, na típica posição de ataque, com cara de poucos amigos, sentamo-nos ao lado de um alho francês a ler o jornal, que parecia bem mais amistoso.
A caminho da superfície a pata quase perdeu uma pata, valeram-lhe as luvas que trazia calçadas, para recuperar do susto fizemos um desvio para tomar café com o D'Artagnan e iniciá-lo num workshop de Naperon Flambé (leia-se náprrom flômbêeeee), também conhecido como Paninhos Quentes. Antes de entrar n' El arte de lo imposible a pata ainda se abasteceu de gomas e os vegetais de chupas aos corações.

Mundo das árvores

Por momentos os dois vegetais e a pata acharam que ainda estavam no mundo dos animais, tal era o reboliço e a confusão que por alí reinava, até que ouviram 1 tronco maciço que dizia a 2 outros muito atentos e facilmente impressionáveis:
- Vejam, este desenho representa os 3 mundos! O mundo dos animais, o mundo dos vegetais e o mundo das árvores!
Nesse momento, tanto os vegetais como a pata, acharam que aquilo era cultura a mais para um só dia e resolveram recolher a casa, a rúcula tinha prometido cozinhar um menu especial naquela noite.

The End

Sunday, February 18, 2007

Proba proba



Domingo é dia de descanso... Para o comum mortal.

18h Almoço/Lanche no Mughul
Quando chegamos, os nossos anfitriões não só já tinham almoçado como já estavam em ameno conversedo com o cozinheiro que não era cozinheiro e que podia falar qualquer língua sem se perceber nada do que dizia, mas como o tempo esperava por nós, a Patripeirinha ainda se pôs ao piano para tocar Para a Elisa (e para nós) com tanto sentimento que quando saímos, o amigo, o primo e o cozinheiro que não era cozinheiro trauteavam pequenos trechos.



20h Lanche/Jantar no Peggy Sue's
Para o R-birth o almoço há muito havia desaparecido e o avançado da hora já pedia qualquer coisinha para acalmar o estômago, portanto a próxima paragem é da sua inteira responsabilidade!
Milkshake, Elvis Presley, nuggets, pink lemonade, Otis Reading, Jelly-O, hotdog, Stevie Wonder, french fries... The whole nine yards!!



22h Jantar/Sobremesa no Gian Grossi
O segredo de dias como este é manter os locais dentro de um raio de 100 metros, mas por um bom gelado abrimos excepções, até porque os 50 metros que andamos a mais não só aguçaram mais o apetite como ajudaram a digerir um ou outro nugget mais teimoso.
Gelado de "pangerina" com uma imensa cobertura de chocolate ou 5 sabores diferentes para degustação, castelo de bolacha ou escultura comestível, sentados no sofá ou enterrados em pele branca.

24h Sobremesa/Digestivos no Cafe la Palma
Com os meninos deitados, uma marguerita para mim, um mojito para o Mishiko e conversa para mais de 2 horas.

Saturday, February 17, 2007

Ich don't think so!



Recuperados do jetlag a fome deu sinal, estava na hora de explorar a gastronomia local, mas infelizmente, para nós, ninguém estava na disposição de nos servir já que naquele preciso momento atravessavamos o período de jejum e descanso mais conhecido como siesta ou o-valente-ronco-antes-do-lanche.
Por azar encontramos um sítio com comida: a tosta de jambón con brie (leia-se brrrrrriiiie) escapava, a tosta de atún con huevos, escapou-se mas mais valia não ter aparecido, a caña veio em forma de degustação e a Sprite (leia-se ésprait) em forma de roubo. Felizmente o Starbucks serve tudo igual em todo o mundo e fui salva por um capuccino e um muffin de arandos, se bem que a patripeirinha teve que personificar uma niña para ter direito a um chocolate quente... diferenças culturais...

(...) - shoppers de ventana

Chegada a hora do jantar, tentamos ir a uma casa de pasto local, digo tentámos porque não conseguimos passar da porta. A afluência era tal, que havia pessoas de travessa de pimientos padrón na mão no meio da multidão, enquanto os sortudos ao balcão eram esmagados contra o mesmo. Quem nos valeu foi Mishiko, conhecedor de antros de tainadas, que nos levou, após longa caminhada com direito a telefonema para a avó Graça, à Salamandra. De barriga cheia, perdemos o último metro e um dos concorrentes. A penúltima paragem foi no El Cano, sítio populado por Romanos, com direito a um dj Imperador.
Patripeirinha conseguiu o táxi impossível, depois de uma grande correria, e ainda lhe pagou em canções!

Las maletas... Madrid...



O depósito estava atestado por uma ceia no Convívio e uns after drinks no Labs, o tempo não estava propriamente famoso mas primeira parte da viagem correu bastante bem.
Ao chegar ao aeroporto mesmo a tempo, ficamos retidos na fila típica de Murphy, escolhemos a menor logo fomos os últimos a fazer o check-in, tudo graças a 2 senhoras que além de terem saído do Hotel Peinador, foram pagar a luz, água e consultar o saldo do cartão de débito ao balcão do aeroporto. Quando finalmente chegou a nossa vez, a menina com um ar pouco entendido no assunto, pegou nos bilhetes e apontou com a bela da caneta promocional para os canhotos dos autocolantes das malas e explicou como se tivéssemos 4 anos e um ligeiro atraso:
- Las maletas... Madrid!
(Sim, e?? As maletas coiso Madrides e nós vamos para onde??)
E não disse mais nada, nem lugar, nem porta de embarque, nem coisíssima nenhuma, portanto tivemos que confiar naquela informação dúbia que vem nos bilhetes.
Mais uma fila gigante para o embarque, como o povo gosta, nós preferimos ver o nosso reflexo nas janelas frias que davam para a pista enquanto as maletas eram maltratadas.
Como ambos sofremos de narcolépsia aérea, ainda não tínhamos levantado voo e cada um babava para o seu lado, 1 minuto depois estávamos lá!
O caminho devia ter sido:
aerocenas-nuevos ministerios-plaza de espanha-mi casa es parve casa
O caminho foi:
aerocenas-nuevos ministerios-plaza de espanha-elevador-túnel túnel túnel-noviciado-calle san bernardo (arriba)-calle san bernardo (abajo)*[um ataque narcisista sin duda]-mi casa es parve casa
Isto tudo com as maletas muito pouco lights, pelo menos a minha, já que levava conteúdos de alto risco para a segurança nacional (1 boroa de Avintes, 2 pacotes de Nestum Chocolate, 3 séries completas de W&G, 1 champô e respectivo amaciador).
Finalmente aterrados no Futon pouco anatómico.

Friday, February 16, 2007

Samedi viendra ici


© Chus Burés
Sábado champagnix, porque nós é que somos a Bélgica!

Thursday, February 15, 2007

My room is a mess



Nos últimos meses tenho assistido a inúmeros desenlaces, as pessoas descartam-se umas às outras pelos motivos mais absurdos, ou não!
Um dos últimos leva-me a pensar que o género masculino é na realidade o sexo fraco ou melhor o sexo acobardado, dizem que as mulheres são confusas, complicadas e que quando dizem algo deve ler-se o oposto mas pelos vistos nós somos, nestes tempos que correm, o sexo simplex. Sim é sim, não é não!
Agora quando um homem diz :
- "Preciso de espaço." quer dizer "Preciso de proximidade." ou seja nós é que estamos afastadas demais e eles não conseguem lidar com isso.
- "O problema não és tu sou eu." quer dizer "Arranjei outra pessoa e sinto-me culpado."
- "Tu não te estás a esforçar para as coisas funcionarem." quer dizer "Eu não me estou a esforçar minimamente e tu devias estar a fazer-me as vontades todas."

Mas não pensem que este discurso é para os culpar de tudo porque feliz ou infelizmente:
"Quando mais me confundes, mais gosto de ti."

"My room is white
the walls and all
my appliances,
all compliances.
I live in silence,
my windows
closed to traffic,
all that racket.
You are the opposite.
I could never fit
into your apartment."


Mia Doi Todd

Dias salmão


A filha da Maria Albertina está uma mulher, cresceu, tirou um curso de marketing , tipo CEAC, numa afamada universidade privada e agora enferniza-me a vida duas a três vezes por mês, é como ir ao ginásio mas sem os benefícios do desporto...
O dia aparece, radiante, o trabalho está a correr bem, as feras estão amansadas e de repente, o telemóvel toca e um lindo dia azul claro transforma-se num salmon day(1), aquele rosa indefinido, desbotado, que faz com que acabe o dia a ver tudo em tons de vermelho-sangue-chacina!
Esta semana aguardava um telefonema desses, mas a primogénita da Albertina anda demasiado silênciosa e da última vez que isso aconteceu perdi um trabalho, ainda por cima da pior forma, a lutar com unhas e dentes e claro com uma das melhores sessões de blamestorming (2) que fiz até hoje!

1. Salmon day: The experience of spending an entire day swimming upstream only to get screwed and die in the end.

2.
Blamestorming: A method of collectively finding one to blame for a mistake no one is willing to confess to. Often occurs in the form of a meeting of colleagues at work, gathered to decide who is to blame for a screw up.

Wednesday, February 14, 2007

Work in progress



O menino que tinha sempre a mão atrás da porta.

Sunday, February 11, 2007

Les nuits

Friday, February 09, 2007

Vendredi viens ici



O Neville chateou a plateia até ao tutano e como se isso não bastasse, apresentamos a invicta como se fosse um shopping nos arredores, tudo graças ao temporal que se fazia sentir lá fora.

A Menina Azul estava a precisar de uma intervenção, a Patripeirinha de uma noite pateta e eu de um comic relief.

Mal entramos, fomos recebidas pelo número 4 que nos avisou que a espera não ía ser curta, nós não estavamos com pressa e um lugar ao balcão parecia mais simples que enfrentar a chuva - venha uma marguerita e uma cerveja de framboesa para as 2 meninas ao balcão.
Quando finalmente uma mesa vagou tivemos que lutar por ela, ou não fosse um dos seus pretendentes O Homem Que Era a Bélgica, a Patripeirinha juntou-se a nós carregada de Cola Light e pediu uma água!! Atingimos o ponto de não retorno!
Um telefonema nonsense para Hugorila e o fondue tombou, o soutien saltou, o croissant queimou, o Louvre fechou e a Marie Antoinette perdeu a cabeça!

Tuesday, February 06, 2007

Até amanhã.


"If it's not gonna get any better I predict that it's gonna get worse" Casino

Na realidade nunca estamos preparados.

Pedes-me para te levantar, agarras-te ao meu pescoço, sinto quase todos os teus ossos, e juntos elevamo-nos como se fossemos um, as pernas fraquejam, dos dois, adormeces nos meus braços, não tenho coragem para te acordar, quando as minhas forças chegam ao limite pouso-te no sofá e mal despertas sorris.
Agarras-me a mão com força quando passo e despediste-te de mim sem eu saber.

O dia começou cinzento, com um nevoeiro tão denso que nem o sol, por respeito, se atreveu a trespassá-lo.
A casa enche-se de estranhos flutuantes que entram e saem silenciosamente, todos sussurram como se tivessem medo de acordar um mal maior, os olhares não se cruzam, só pés que mal tocam no chão e braços que se envolvem uns aos outros.
Pés numas meias azuis, grossas, não consigo desviar o olhar, não me consigo mexer até que o ombro do meu pai vem ao meu encontro e me transporta para mais uma divisão silenciosa.
Sei que já não te tenho, a tranquilidade estava sempre do teu lado mas nunca o silêncio.

"(...) There was nothing to fear and nothing to doubt" Radiohead

Thursday, February 01, 2007

Festival de Cannes de Senhorim


Este ano Cannes de Senhorim premiou pelo carácter social, sendo o primeiro prémio entregue a dois anúncios:

Campanha pelo Sim (com apoio da Floribela)
Floribela:
- Mãezinha estou tão insegura!
Arbusto de espécie indefinida:
- Cala-te aborto!

Campanha pelo Não (com apoio dos Dicionários Porto Editora)
Voz off:
- Um aborto vale mais que mil palavras.
Bebé:
- Uéeee!!

Para a história ficam as declarações polémicas do fashion designer Kaqui: "Eu sou um gay com inclinações para a direita" e as presenças de gajo giro desconhecido e Tó Ímpar.
A festa estendeu-se além festival, culminando num beberete no Sóce-Ial, com direito a espectáculo de magia de Louis de Matos-Inhos.