Alice
Chega, trazendo a mãe pela mão, come em silêncio o iogurte, sem dar muita atenção aos estranhos que ocupam o espaço que lhe pertence.
Sem saber muito bem como, Alice que estava do outro lado da mesa está agora ao meu lado, desfez-se do gorro colorido que mal deixava ver os seus grandes olhos cinzentos, fita-me com curiosidade e com um gesto meigo, pede para que a sente no meu colo.
Fica a ouvir as conversas dos adultos até que umas notas mais altas de Purcell se escapam da sala inundando o jardim, Alice imita um pianista usando como instrumento a mesa de ferro e espera que eu faça o mesmo, a sua franja curta desalinha-se com as notas violentas que toca, num só movimento salta para o chão e começa a dançar.
A música torna-se mais calma, a dança acaba, algo, no fundo do jardim, desperta a sua atenção então chama por mim e na sua voz de criança conta-me histórias sobre os bichos que só ela vê.
© Edith, Lorina e Alice Liddell, 1858 - fotografia de Lewis Carroll
"-There is no use trying. Alice said, - One can't believe in impossible things." But the Queen responded, -I dare say you haven't had much practice. Why, sometimes I've belived as many as six impossible things before breakfast." Alice in wonderland • Lewis Carroll
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